Luiz Inácio da Silva é o sétimo dos oito filhos de Aristides
Inácio da Silva e Eurídice Ferreira de Melo, um casal de lavradores iletrados
que vivenciaram a fome e a miséria na zona mais pobre de Pernambuco.[6][7] Nasceu
em 27 de outubro de 1945 em Caetés (até 1964 um distrito do município de Garanhuns[8]),
interior pernambucano. Faltando poucos dias para sua mãe dar à luz,[9] seu
pai decidiu tentar a vida como estivador em Santos,
levando consigo Valdomira Ferreira de Góis, uma prima de Eurídice, com quem
formaria uma segunda família. Com Valdomira Aristides teve dez filhos, fora
alguns que possam ter morrido. Contando os 12 que teve com Eurídice – quatro
morreram ainda bebês – a família conta que Aristides teve pelo menos 22 filhos
conhecidos.[10][11]
Em
dezembro de 1952, quando Lula tinha apenas sete anos de idade, Eurídice decidiu
migrar para o litoral do estado de São Paulo com seus filhos para se
reencontrar com o marido (acreditando que seu marido fizera esse pedido, quando
na verdade seu filho Jaime, que já morava com o pai, escreveu dizendo que esse
era o desejo de Aristides). Após treze dias de viagem num transporte conhecido
como "pau-de-arara", chegaram ao distrito
de Vicente de Carvalho (àquela época
denominado Itapema), no município de Guarujá,
onde tiveram que dividir a convivência de Aristides com sua segunda família
(Aristides já os havia visitado no nordeste em 1950, quando inclusive
apresentou seus novos filhos para sua primeira família). A convivência difícil
com Aristides (que era extremamente rigoroso com os filhos) levou Eurídice a
sair de casa com os filhos, morando inicialmente em uma casa precária muito
perto da de Aristides e, mais tarde, em 1954, mudando-se para a capital, onde
foi viver num cômodo atrás de um bar localizado na Vila Carioca,
bairro da cidade de São Paulo. Lula e seu irmão José Ferreira de
Melo – o Frei Chico – ficaram morando algum tempo ainda com o pai, junto com
sua segunda família, mudando-se para São Paulo em 1956. Após a separação, Lula
quase não se reencontrou mais com seu pai, que morreu em 1978, sendo enterrado
como indigente (Lula e seus irmãos só souberam da morte do pai vários dias após
o enterro).[11]
Em 1968, durante a ditadura militar,
filiou-se ao Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.[7] Lula relutou em filiar-se e
candidatar-se, pois à época tinha uma visão negativa do sindicato e seu grande
lazer era jogar futebol. Apesar de não ter qualquer experiência sindical, já
era apontado como pessoa com espírito de liderança e carisma. Convencido a
integrar a chapa, sob influência de seu irmão, José Ferreira da Silva –
conhecido como Frei Chico, militante do Partido
Comunista Brasileiro[20] e do Sindicato dos
Metalúrgicos de São Caetano do Sul[21] – Lula foi eleito, em 1969,
para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos da cidade, dentre os suplentes,[22] continuando a exercer suas
atividades de operário.
Em 1972, elegeu-se 1º secretário do
Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema,[23] continuando a exercer suas
atividades de operário. Na época, foi criada, no sindicato, a Diretoria
de Previdência Social e FGTS,
que lhe foi atribuída.[24] Ao ser eleito, ficou à
disposição do sindicato, cessando suas atividades de operário. Sua atuação na
diretoria lhe deu grande destaque, sendo então eleito presidente do mesmo
sindicato em 1975. Ganhou projeção nacional ao liderar a
reivindicação em 1977 da reposição aos salários de índice
de inflação de 1973, após o próprio governo reconhecer que
aquele índice havia sido bem maior que o inicialmente divulgado e então
utilizado para os reajustes salariais. Apesar de ampla cobertura na imprensa,
ainda na vigência do AI-5, o governo não cedeu aos
pedidos. Reeleito em 1978, passou a liderar as
negociações e as greves de metalúrgicos de sua base que passaram a acontecer em
larga escala a partir de 1978 e que haviam cessado de ocorrer desde o
endurecimento repressivo da ditadura militar na
década anterior.[11]
Por liderar as greves
dos metalúrgicos do Região do ABC no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, Lula foi preso, cassado como
dirigente sindical e processado com base na Lei de Segurança
Nacional.[23]
Durante o movimento grevista, a ideia
de fundar um partido representante dos trabalhadores amadureceu e, em 1980,
Lula juntou-se a sindicalistas, intelectuais, representantes dos movimentos
sociais e católicos militantes da Teologia da
Libertação para formar o Partido dos
Trabalhadores (PT), do qual foi o primeiro presidente.[25]
Em 1994, Luiz Inácio Lula da Silva voltou a
candidatar-se à presidência e foi novamente derrotado, ainda no primeiro turno,
dessa vez pelo candidato do PSDB, Fernando Henrique Cardoso. Em 1998, Lula saiu pela terceira vez derrotado como
candidato à presidência da República, em uma eleição novamente decidida no
primeiro turno. No entanto, manteve papel de destaque na esquerda brasileira[carece de
fontes] ao
apresentar-se numa chapa que tinha como candidato à vice-presidência o seu
antigo rival Leonel Brizola, que havia
disputado arduamente com Lula sua ida ao segundo turno das eleições de 1989
como adversário de Collor. Lula tornou-se um dos principais opositores da
política econômica do governo eleito, sobretudo da política de privatização de empresas
estatais realizadas nesse período.
Em 27 de outubro de 2002, Lula foi eleito
presidente do Brasil, derrotando o candidato apoiado pela situação, o
ex-ministro da Saúde e então senador pelo Estado de São Paulo José Serra do PSDB. No
seu discurso de diplomação, Lula afirmou:
"E eu, que durante tantas vezes fui acusado de não ter um diploma
superior, ganho o meu primeiro diploma, o diploma de presidente da República do
meu país."
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